Brazil - International Council on Clean Transportation https://theicct.org/region/brazil/ Independent research to benefit public health and mitigate climate change Fri, 16 Aug 2024 14:29:53 +0000 en-US hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.6.1 https://theicct.org/wp-content/uploads/2022/01/favicon-150x150.png Brazil - International Council on Clean Transportation https://theicct.org/region/brazil/ 32 32 Brasil traça um caminho para um futuro marítimo limpo com um seminário fundamental https://theicct.org/pt-brazil-charts-a-course-for-a-clean-maritime-future-with-a-pivotal-seminar-aug24/ Fri, 16 Aug 2024 04:10:57 +0000 https://theicct.org/?p=46295 Apresenta as principais lições aprendidas em um seminário realizado no Brasil e analisa um breve estudo de caso de um graneleiro do Brasil para a China.

The post Brasil traça um caminho para um futuro marítimo limpo com um seminário fundamental appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>

O seminário Transição Energética no Mar, realizado no Rio de Janeiro no final de Abril, marcou um grande avanço nos planos para descarbonizar o setor marítimo do Brasil. Os organizadores, liderados pelo Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior, apresentaram uma proposta para o Plano Nacional de Transição Energética Brasileiro (BMNAP). Espera-se que o plano oriente os investimentos em tecnologia de propulsão de navios, combustíveis marítimos alternativos e infraestruturas portuárias, assim como atraia apoio político na implementação de um roteiro para a descarbonização marítima. 

A proposta está em análise e será discutida em audiência pública no Senado Federal no dia 22 de agosto. O BMNAP finalizado será apresentado ao Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho da Organização Marítima Internacional (IMO), que se reunirá no final de setembro de 2024. Esta ação ajudará a solidificar o compromisso do Brasil no cenário internacional. 

Antes do seminário, o Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT) publicou um documento destacando o valor de um Plano de Ação Nacional no Brasil para orientar investimentos e fomentar políticas que apoiem uma indústria marítima limpa. A publicação destacou a importância da adoção de combustíveis renováveis e da melhoria da eficiência energética da frota existente, ambos refletidos na proposta do BMNAP. O artigo também destacou o potencial de colaborações intersetoriais, incluindo aquelas com portos. 

No seminário, o secretário-geral da IMO, Arsenio Antonio Dominguez Velasco, fez referência aosinsights do estudo do ICCT sobre as emissões de gases de efeito estufa do ciclo de vida do hidrogênio no Brasil durante seu discurso de abertura. Este e outros artigos do ICCT lançaram luz sobre a necessidade de aplicar uma metodologia robusta de avaliação do ciclo de vida ao avaliar a sustentabilidade de combustíveis marítimos alternativos. Este tipo de pesquisa ajudará a fornecer uma compreensão abrangente do potencial dos biocombustíveis, porque leva em conta as emissões associadas às mudanças indiretas do uso do solo (ILUC). 

O secretário-geral da IMO, Arsenio Antonio Dominguez Velasco, fez o discurso principal e destacou a Figura 4 de um estudo publicado pelo ICCT em 2023. Foto Francielle Carvalho.

O ICCT tem conduzido diversas análises técnico-econômicas ao nível das rotas para testar a viabilidade da adoção de diferentes tecnologias de combustível e propulsão nos navios, o que pode ajudar os líderes do setor a priorizar o investimento. Na verdade, os participantes do seminário destacaram o desafio de dar prioridade ao investimento devido às incertezas que rodeiam a tecnologia dos combustíveis e a viabilidade econômica. 

Apresenta-se aqui um breve estudo de caso do graneleiro Cape Jasmine, que transporta minério de ferro. Optou-se por analisar uma extensa e importante rota marítima que vai do Porto de Açu no Brasil (AÇU) até Qingdao na China (QDG), com demandas energéticas substanciais. Ao analisar dados de movimentos de navios de 2023 do Sistema de Identificação Automática (AIS), projetamos uma hipotética viagem futura desta embarcação, que tem capacidade de carga substancial (comprimento total: 292 m; largura: 45 m; pontal: 24,8 m; calado: 18,32 m). O modelo de Avaliação Sistemática de Emissões de Embarcações (SAVE) foi utilizado para estimar as demandas de energia da rota, o que resultou em aproximadamente 15 GWh para a viagem de ida e volta, de cerca de 20.000 milhas náuticas. Isso equivale ao consumo anual de energia elétrica residencial de 19.230 habitantes do sudeste do Brasil em 2020. 

Aproveitando a metodologia que utilizamos anteriormente, a análise mostra que a utilização de hidrogênio líquido como combustível exigiria duas paradas adicionais para reabastecimento para completar a viagem (só ida). Em contraste, a amônia e o metanol poderiam alimentar a viagem de ida sem quaisquer paragens adicionais (Tabela 1). Para explorar o custo dos combustíveis alternativos, a análise baseou-se em um estudo anterior do ICCT, que comparou quantitativamente o custo dos combustíveis marítimos por várias vias. Para esclarecimento, apenas foi comparado o custo do combustível para vias que utilizam eletricidade renovável e capturam dióxido de carbono como matéria-prima. Até 2030, o custo do fornecimento de combustíveis marítimos alternativos para transportar minério de ferro entre AÇU e QDG seria semelhante para o hidrogênio renovável, a amônia renovável e o metanol renovável e, para todos, seria mais de três vezes mais elevado do que a contrapartida dos combustíveis fósseis numa base de energia equivalente. 

Tabela 1. Volume estimado e custo do combustível necessário pelo graneleiro Cabo Jasmine ao longo do corredor AÇU – QDG para uma hipotética viagem só de ida, caso sejam utilizados combustíveis marítimos alternativos 

Tipo de combustível

Volume de combustível necessário (m3)

Número de paradas para reabastecimento necessárias

Custo na bomba até 2030 ($/MJ)

Custo de combustível por viagem até 2030 (milhões de dólares)

Óleo combustível pesado

1.700

0

0,0170

0,91

Hidrogênio

12.000

2

0,0570

3,04

Amônia

5.600

0

0,0569

3,03

Metanol

4.100

0

0,0562

3,00

Observação: todos os custos estão em dólares americanos de 2021. 

Com o hidrogênio líquido, existem limitações práticas em relação ao armazenamento que exigiriam modificações no navio antes que ele pudesse ser usado como combustível principal. Além disso, embora o metanol e a amônia tenham potencial para abastecer viagens de longo curso sem a necessidade de paradas de reabastecimento mais frequentes, a sua toxicidade inerente e a necessidade de modificações significativas nos navios apresentam desafios. Tal como demonstrado no estudo de caso acima, o custo também é um desafio para todos os três tipos de combustíveis alternativos limpos. 

Um aspecto fundamental para viabilizar uma transição para a energia limpa é a sinergia em toda a indústria marítima. Isso significa colaboração entre proprietários de carga, operadores de navios, portos, fornecedores de combustível, construtores navais e outros. Com o BMNAP em fase de conclusão, o Brasil está preparado para demonstrar não apenas liderança nessa colaboração, mas também o seu compromisso com as metas internacionais de descarbonização. 

Autores

Maricruz Fun Sang Cepeda
Pesquisador Associado

Ketan Gore
Pesquisador Associado

Brazil

The post Brasil traça um caminho para um futuro marítimo limpo com um seminário fundamental appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
Brazil charts a course for a clean maritime future with a pivotal seminar https://theicct.org/brazil-charts-a-course-for-a-clean-maritime-future-with-a-pivotal-seminar-aug24/ Fri, 16 Aug 2024 04:01:01 +0000 https://theicct.org/?p=46072 Presents key lessons learned from a seminar held in Brazil and analyzes a brief case study of a bulk carrier from Brazil to China.

The post Brazil charts a course for a clean maritime future with a pivotal seminar appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>

The Energy Transition in the Sea seminar held in Rio de Janeiro in late April marked a major step forward in plans to decarbonize Brazil’s maritime sector. The organizers, led by Ilques Barbosa Junior, an Admiral of the Fleet, presented a proposal for the Brazilian Maritime National Action Plan (BMNAP). The plan is expected to guide investments in ship propulsion technology, alternative marine fuels, and port infrastructure, and it also calls for supporting policy frameworks to implement a roadmap for maritime decarbonization.

The proposal is being reviewed and is set to be discussed during a public audience in the Federal Senate on August 22. When the BMNAP is finalized and presented to the International Maritime Organization (IMO)’s Marine Environment Protection Committee, which convenes in late September 2024, it will help solidify Brazil’s commitment on the international stage.

Before the seminar, the International Council on Clean Transportation (ICCT) published a paper highlighting the value of a National Action Plan in Brazil to guide investments and foster policies that support a clean maritime industry. It highlighted the importance of adopting renewable fuels and improving the fuel efficiency of the existing fleet, and both are well reflected in the BMNAP proposal. Our paper also highlighted the potential of cross-industry collaborations, including those with ports.

At the seminar, IMO General Secretary Arsenio Antonio Dominguez Velasco referenced insights from an ICCT study about the life-cycle greenhouse gas emissions of hydrogen in Brazil during his keynote speech. This and other papers by the ICCT have illuminated the need to apply robust life-cycle assessment methodology when assessing the sustainability of alternative marine fuels. Doing so helps provide a comprehensive understanding of the potential of biofuels because it takes account of the associated indirect land-use change (ILUC) emissions.

IMO General Secretary Arsenio Antonio Dominguez Velasco gave the keynote speech and highlighted Figure 4 from a study published by the ICCT in 2023.
Photo by Francielle Carvalho

The ICCT has been conducting various route-level techno-economic analyses to test the feasibility of adopting different fuel and propulsion technologies on ships. These can help industry leaders prioritize investment. Indeed, seminar participants highlighted the challenge of prioritizing investment due to the uncertainties surrounding fuel technology and economic viability.

Here we’ll present a brief case study of the Cape Jasmine, a bulk carrier transporting iron ore. We chose to analyze a long, vital shipping route from Porto de Açu, Brazil (AÇU) to Qingdao, China (QDG) with substantial energy demands. By analyzing satellite ship movement data from 2023, we constructed a hypothetical future voyage of this vessel, which has substantial cargo capacity (length overall: 292 m; breadth: 45 m; depth: 24.8 m; draught: 18.32 m). The Systematic Assessment of Vessel Emissions (SAVE) model was used to estimate the energy demands of the route, and that came out to approximately 15 GWh for the round trip of about 20,000 nm. That’s equivalent to the annual residential electricity power consumption of 19,230 inhabitants in southeastern Brazil in 2020.

Leveraging a methodology we’ve used before, the analysis shows that using liquid hydrogen as fuel would require two additional refueling stops to complete the voyage (one way). In contrast, ammonia and methanol could power the one-way voyage without any additional stops (Table 1). To explore the cost of the alternative fuels, we relied on a previous ICCT study that quantitatively compared the cost of marine fuels made through various pathways. To be clear, we only compared the cost of fuel for pathways that use renewable electricity and captured carbon dioxide as feedstock. By 2030, the cost of supplying alternative marine fuels to ship iron ore between AÇU and QDG would be similar for renewable hydrogen, renewable ammonia, and renewable methanol, and for all it would be more than three times higher than the fossil fuel counterpart on an energy-equivalent basis.

Table. Estimated volume and cost of fuel required by Cape Jasmine along the AÇU–QDG corridor for a hypothetical one-way voyage if using alternative marine fuels

Type of fuel

Volume of fuel required (m3)

Number of refueling stops needed

At-the-pump cost by 2030 ($/MJ)

Per-voyage cost of fuel by 2030 (million $)

Heavy fuel oil

1,700

0

0.0170

0.91

Hydrogen

12,000

2

0.0570

3.04

Ammonia

5,600

0

0.0569

3.03

Methanol

4,100

0

0.0562

3.00

Note: All costs are in 2021 U.S. dollars.

With liquid hydrogen, there are practical limitations around storage that would necessitate modifications to a ship before it could be used as the main fuel. Additionally, although methanol and ammonia have the potential to fuel long-haul voyages without the need for more frequent refueling stops, their inherent toxicity and the need for significant ship modifications present challenges. As shown in the case study above, the cost is also a challenge for all three types of renewable alternative fuels.

A key aspect of unlocking a transition to clean energy is synergy across the maritime industry. That means collaboration among cargo owners, ship operators, ports, fuel providers, shipbuilders, and others. With BMNAP nearing completion, Brazil is poised to demonstrate not only leadership in such collaboration but also its commitment to international decarbonization goals.

Authors

Maricruz Fun Sang Cepeda
Associate Researcher

Ketan Gore
Associate Researcher

Related Publications

COASTAL SHIPPING IN BRAZIL IN 2021

Highlights the principal commodities transported through cabotage in Brazil and the entities involved in this sector to explore the potential to synchronize decarbonization efforts and facilitate achieving national net-zero emissions.

Brazil

The post Brazil charts a course for a clean maritime future with a pivotal seminar appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
Brasil traza el rumbo para un futuro marítimo limpio con un seminario fundamental https://theicct.org/es-brazil-charts-a-course-for-a-clean-maritime-future-with-a-pivotal-seminar-aug24/ Fri, 16 Aug 2024 04:01:01 +0000 https://theicct.org/?p=46239 Presenta las lecciones clave aprendidas en un seminario realizado en Brasil y analiza un breve estudio de caso de un granelero de Brasil a China.

The post Brasil traza el rumbo para un futuro marítimo limpio con un seminario fundamental appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>

El seminario Transición Energética en el Mar celebrado en Río de Janeiro a finales de Abril marcó un avance importante en los planes para descarbonizar el sector marítimo de Brasil. Los organizadores, encabezados por Ilques Barbosa Junior, Almirante de Escuadra, presentaron una propuesta para el Plan Nacional Marítimo de Transición Energética de Brasil (BMNAP). Se espera que el plan oriente las inversiones en tecnología de propulsión de buques, combustibles marinos alternativos e infraestructura portuaria, y también exige marcos de políticas de apoyo para implementar una hoja de ruta para la descarbonización marítima.

La propuesta está bajo revisión y será discutida durante una audiencia pública en el Senado Federal el 22 de agosto. El BMNAP finalizado será presentado al Comité de Protección del Medio Marino de la Organización Marítima Internacional (OMI), que se reunirá a finales de septiembre de 2024, y ayudará a solidificar el compromiso de Brasil en el escenario internacional.

Antes del seminario, el Consejo Internacional de Transporte Limpio (ICCT) publicó un documento destacando el valor de un Plan de Acción Nacional en Brasil para orientar inversiones y fomentar políticas que apoyen una industria marítima limpia. Destacó la importancia de adoptar combustibles renovables y mejorar la eficiencia de combustible de la flota existente, y ambos aspectos están bien reflejados en la propuesta del BMNAP. Nuestro documento también destacó el potencial de las colaboraciones entre industrias, incluidas aquellas con puertos.

En el seminario, el Secretario General de la OMI, Arsenio Antonio Domínguez Velasco, hizo referencia a los resultados del estudio del ICCT sobre el ciclo de vida de las emisiones de gases de efecto invernadero del hidrógeno en Brasil durante su discurso de apertura. Este y otros artículos del ICCT han iluminado la necesidad de aplicar una metodología sólida del análisis del ciclo de vida al evaluar la sostenibilidad de los combustibles marinos alternativos. De esta manera, se puede proporcionar una comprensión integral del potencial de los biocombustibles porque se tienen en cuenta las emisiones asociadas al cambio indirecto del uso de la tierra (ILUC).

El Secretario General de la OMI, Arsenio Antonio Domínguez Velasco, pronunció el discurso de apertura y destacó la Figura 4 de un estudio publicado por el ICCT en 2023.  Foto de Francielle Carvalho

El ICCT ha estado realizando varios análisis tecnoeconómicos a nivel de ruta para probar la viabilidad de adoptar diferentes tecnologías de combustible y propulsión en los barcos. Estos estudios pueden ayudar a los líderes de la industria a priorizar la inversión. De hecho, los participantes del seminario destacaron el desafío de priorizar la inversión debido a las incertidumbres que rodean la tecnología de los combustibles y la viabilidad económica.

Aquí presentamos un breve estudio de caso del Cape Jasmine, un granelero que transporta mineral de hierro. Elegimos analizar una ruta marítima larga y vital desde el Puerto de Açu en Brasil (AÇU) hasta Qingdao en China (QDG) con demandas energéticas significativas. Al analizar los datos de 2023 del sistema de identificación automática (AIS), construimos un hipotético viaje futuro de este barco, que tiene una capacidad de carga sustancial (eslora total: 292 m; manga: 45 m; puntal: 24,8 m; calado: 18,32 m). Se utilizó el modelo de Evaluación Sistemática de Emisiones de Buques (SAVE) para estimar las demandas de energía de la ruta, que resultó en aproximadamente 15 GWh para el viaje de ida y vuelta de aproximadamente 20.000 millas náuticas. Esto equivale al consumo anual de energía eléctrica residencial de 19.230 habitantes en el sureste de Brasil en 2020.

Aprovechando una metodología que hemos utilizado anteriormente, el análisis muestra que el uso de hidrógeno líquido como combustible requeriría dos paradas adicionales para reabastecer de combustible para completar el viaje (solo de ida). Por el contrario, el amoníaco y el metanol podrían abastecer el viaje de ida sin paradas adicionales (Tabla 1). Para explorar el costo de los combustibles alternativos, nos basamos en un estudio anterior del ICCT que comparó cuantitativamente el costo de los combustibles marinos por varias vías. Para ser claros, solo comparamos el costo del combustible para las vías que utilizan electricidad renovable y capturan dióxido de carbono como materia prima. Para 2030, el costo de suministrar combustibles marinos alternativos para transportar mineral de hierro entre AÇU y QDG sería similar para el hidrógeno renovable, el amoníaco y el metanol renovables, y en total sería más de tres veces mayor que el costo de los combustibles fósiles en términos de energía equivalente.

Tabla 1. Volumen estimado y costo de combustible requerido por Cape Jasmine a lo largo del corredor AÇU-QDG para un viaje hipotético de ida si se utilizan combustibles marinos alternativos

Tipo de combustible

Volumen de combustible requerido (m3)

Número de paradas necesarias para repostar combustible

Costo en el surtidor para 2030 ($/MJ)

Costo del combustible por viaje para 2030 (millones de dólares)

Fueloil pesado

1.700

0

0,0170

0,91

Hidrógeno

12.000

2

0,0570

3,04

Amoníaco

5.600

0

0,0569

3,03

Metanol

4.100

0

0,0562

3,00

Nota: Todos los costos están en dólares estadounidenses de 2021.

Con el hidrógeno líquido, existen limitaciones prácticas en torno al almacenamiento que requerirían modificaciones en el barco antes de que pueda usarse como combustible principal. Además, aunque el metanol y el amoníaco tienen el potencial de alimentar viajes de larga distancia sin la necesidad de paradas más frecuentes para repostar combustible, su toxicidad inherente y la necesidad de modificaciones significativas en los barcos presentan desafíos. Como se muestra en el estudio de caso anterior, el costo también es un desafío para los tres tipos de combustibles alternativos renovables.

Un aspecto clave para desbloquear una transición hacia la energía limpia es la sinergia en toda la industria marítima. Eso significa colaboración entre propietarios de carga, operadores de buques, puertos, proveedores de combustible, constructores navales y otros. Con el BMNAP a punto de finalizar, Brasil está preparado para demostrar no sólo liderazgo en dicha colaboración sino también su compromiso con los objetivos internacionales de descarbonización.

Autores


Maricruz Fun Sang Cepeda
Investigadora Asociada

Ketan Gore
Investigador Asociado

Brazil

The post Brasil traza el rumbo para un futuro marítimo limpio con un seminario fundamental appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
O potencial de descarbonização do programa MOVER: Explorando variações nas vendas de veículos de diferentes tecnologias até 2027 https://theicct.org/publication/o-potencial-de-descarbonizacao-do-programa-mover-explorando-variacoes-nas-vendas-de-veiculos-de-diferentes-tecnologias-ate-2027-jul24/ Mon, 15 Jul 2024 04:01:44 +0000 https://theicct.org/?post_type=publication&p=44985 Avalia o potencial do programa MOVER de redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) em veículos novos vendidos no Brasil.

The post O potencial de descarbonização do programa MOVER: Explorando variações nas vendas de veículos de diferentes tecnologias até 2027 appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
O programa Mobilidade Verde e Inovação (MOVER), aprovado pelo Congresso Nacional em junho de 2024, regulamenta as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e estabelece incentivos para a comercialização de veículos novos com maior eficiência energética, entre os quais veículos híbridos e elétricos. As metas de redução de emissões de GEE do MOVER para carros de passeio e veículos comerciais leves, que ainda não foram definidas, devem nortear as estratégias da indústria automobilística na configuração de seu portfólio até 2027.

Este estudo simulou 5 mil cenários para avaliar o potencial do programa MOVER de redução das emissões médias de GEE em veículos novos vendidos no Brasil, considerando vendas de híbridos e elétricos, bem como de ganhos de eficiência energética em novos veículos a combustão. A análise considera o potencial de mitigação diretamente ligado às montadoras reguladas pelo programa MOVER, ou seja, avalia as reduções de emissões decorrentes de mudanças nas características dos veículos de diferentes tecnologias vendidos.

Entre os principais resultados, destacamos simulações que apresentam reduções de emissões de até 17,5% para carros de passeio e 15% para veículos comerciais leves até 2027, resultantes da soma do aumento das vendas de veículos elétricos e da melhoria dos atuais motores à combustão. Simulações que apresentam reduções de emissões menores, entre 10% e 12,5% para carros de passeio e entre 5 e 10% para comerciais leves, não fornecem incentivos adequados para o desenvolvimento da produção de veículos de baixa emissão, atrasando o atingimento das metas de longo prazo assinadas pelo Brasil. Nesta análise, um market share de 12% para veículos elétricos em 2027 está associado a reduções de emissões do poço à roda de 9%, valor maior do que as reduções alcançadas por ganhos na eficiência energética de veículos a combustão, que representam 73% das vendas.

The post O potencial de descarbonização do programa MOVER: Explorando variações nas vendas de veículos de diferentes tecnologias até 2027 appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
Cabotagem no Brasil em 2021 https://theicct.org/publication/cabotagem-no-brasil-em-2021-mar24/ Wed, 27 Mar 2024 04:18:12 +0000 https://theicct.org/?post_type=publication&p=39948 Destaca as principais commodities transportadas por cabotagem no Brasil e as entidades envolvidas no setor para explorar o potencial de sincronizar esforços de descarbonização e facilitar a realização das emissões líquidas zero nacionais.

The post Cabotagem no Brasil em 2021 appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>

Como muitos países, o Brasil restringe a navegação entre portos domésticos à entidades nacionais. Apenas empresas brasileiras de navegação (EBNs) podem se envolver na cabotagem.1 Em meados de 2023, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) contabilizou 49 empresas registradas como EBNs que operavam navios na cabotagem.2 Aqui destacamos aspectos do mercado em 2021, quando os registros informam que havia 185 navios na frota de cabotagem do Brasil; estes eram principalmente barcaças, manuseadores de espias (embarcações que operam no descarregamento do petróleo das instalações de produção e armazenamento para os navios petroleiros e destes para as monoboias), porta-contêineres e navios-tanque. Cerca de 60% da capacidade total de transporte estava associada à indústria de petróleo e gás. Para todos os segmentos, algumas empresas detinham a maior parte da frota e das operações.

1Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997, https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9432.htm.

2 Ver detalhes das fontes de dados no final deste documento.

.

Tonelagem de 2011 a 2021

Os granéis líquidos e gasosos representaram cerca de 77% da tonelagem total de cabotagem no Brasil entre 2011 e 2021, ao passo que os granéis sólidos totalizaram cerca de 12% da tonelagem, a carga conteinerizada, 7%, e a carga geral, 3%. Nesse período, a tonelagem de granéis líquidos e gasosos cresceu 53%; a tonelagem de granéis sólidos, 7%; e a tonelagem de carga geral, 10%. A tonelagem de carga conteinerizada foi a que mais aumentou, 230%.

Granéis líquidos e gasosos

Do total de granéis líquidos e gasosos transportados, 98,6% eram combustíveis minerais, óleos minerais e produtos de sua destilação. O restante eram produtos químicos orgânicos (0,6%), produtos químicos e substâncias inorgânicos (0,4%), e bebidas, licores e vinagre (0,2%). A maior parte provinha de plataformas offshore de extração de petróleo na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira, e os principais destinos eram os estados de Rio de Janeiro e São Paulo, na Região Sudeste, que abrigam grandes refinarias de petróleo.3 Dez EBNs possuíam navios para transporte de granéis líquidos e gasosos, sendo que a Petrobras Transporte S.A.—Transpetro detinha 68% da frota (26 navios) e 93% da capacidade total de transporte nesse segmento. A Empresa de Navegação Elcano S.A. detinha 16% da frota (seis navios) e 3% da capacidade total, enquanto a Flumar Transportes de Químicos e Gases Ltda. detinha 5% da frota (dois navios) e 3% da capacidade total. Outras empresas tinham menos de 1%.

3 Empresa de Pesquisa Energética, Balanço Energético Nacional 2022: Ano Base 2021 [Brazilian Energy Balance 2022: Year 2021] (Rio de Janeiro, 2022), https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-675/topico-638/BEN2022.pdf.

Granéis sólidos

A cabotagem de granéis sólidos, fortemente ligada ao setor da mineração, teve como principais produtos minérios (91% do total de toneladas transportadas), sal (6%) e combustíveis minerais sólidos (1%). O transporte de granéis sólidos por cabotagem está concentrado no norte do Brasil, carregando principalmente bauxita, o terceiro recurso natural mais abundante no país.

Quatro empresas atuavam na cabotagem de granéis sólidos: a Elcano S.A detinha 50% da frota (quatro navios) e 56% da capacidade total de transporte; a Lyra Navegação Marítima detinha 25% da frota (dois navios) e 10% da capacidade de transporte; a Hidrovias do Brasil detinha 13% da frota (um navio) e 23% da capacidade total de transporte; e a Norsul detinha 13% da frota (um navio) e 10% da capacidade de transporte. Como o transporte de bauxita é baseado em contratos de longo prazo e em uma frota específica, há pouca concorrência para as EBNs que operam nesse mercado.

Carga conteinerizada

Três EBNs, cada uma com seis navios registrados, atuavam nesse segmento e colaboravam para oferecer múltiplos serviços: Aliança Navegação e Logística, Log-In Logística Intermodal e Mercosul Line. A Aliança detinha 44% da capacidade de transporte, seguida pela Log-In (30%) e pela Mercosul Line (26%). Todas são subsidiárias de corporações internacionais. A Mediterranean Shipping Company (MSC) detém participação majoritária na Log-in Logística Intermodal, a Aliança faz parte da AP Moller – Maersk, e a Mercosul Line integra o Grupo CMA CGM. Essas EBNs oferecem operações feeder que transferem cargas estrangeiras para importação ou exportação, parte importante dos serviços de cabotagem. Seis produtos representaram 51% do total de toneladas de carga conteinerizada relacionada à cabotagem; somados a outros 14 produtos, eles representaram 80% do total. O transporte de cargas conteinerizadas está mais distribuído pelo Brasil que o dos demais tipos de carga. Os principais pontos de origem e destino estão em todas as regiões ao longo da costa.

Carga geral

Desde 2011, a participação da carga geral na tonelagem total de cabotagem no Brasil vem diminuindo constantemente. Dois itens representam mais de 90% da cabotagem de carga geral: produtos siderúrgicos (70%) e celulose (22%), principal matéria-prima para a fabricação de papel. Produtos florestais, como madeira e carvão, são o terceiro item mais comum, mas representam apenas 3% do total de toneladas transportadas. Sete navios (de um total de dez) e duas EBNs responderam por 99% da capacidade de transporte: a Tranship Tranportes Marítimos Ltda. detinha cinco navios e 24% da capacidade de transporte, enquanto a Norsul possuía dois navios e 75% da capacidade de transporte. As principais origens e destinos da cabotagem de carga geral estão associadas a produtos siderúrgicos transportados do Espírito Santo (Região Sudeste) para Santa Catarina (Região Sul); produtos florestais e celulose transportados da Bahia (Nordeste) para o Espírito Santo (Sudeste); e produtos siderúrgicos do Ceará (Nordeste) para São Paulo (Sudeste).

Investimento em descarbonização

O programa BR do Mar, incorporado na Lei nº 14.301/2022, atualizou a legislação para aumentar a oferta e qualidade dos serviços de cabotagem no Brasil bem como promover a competitividade das EBNs, especialmente no segmento de cargas conteinerizadas.4 Além disso, a empresa que possui e opera a maior parte das embarcações em atuação na cabotagem no Brasil, a Transpetro, pretende reduzir em 11% as emissões de seus navios e investir R$ 64 milhões em esforços de descarbonização até 2027.5 Entre seus projetos planejados, a empresa lista revestimentos de alta tecnologia no casco dos navios para prevenir incrustações por organismos marinhos (reduzindo assim o consumo de combustível e as emissões de gases de efeito estufa); o emprego de algoritmos avançados para identificar as rotas de navegação mais eficientes; a otimização da combustão do motor principal; e o uso de misturas de biocombustíveis.6 Ademais, as principais companhias internacionais de transporte de contêineres que controlam ou possuem empresas em operação na cabotagem no Brasil divulgaram metas de sustentabilidade. Esses objetivos incluem a descarbonização de suas cadeias de abastecimento globais. A Tabela 1 exibe as metas de descarbonização divulgadas pelas empresas.

Tabela 1. Metas de descarbonização das principais empresas internacionais de transporte de contêineres e suas subsidiárias brasileiras.

Corporação internacional

EBN subsidiária

Metas de descarbonização relacionadas ao transporte marítimo internacional

Mediterranean Shipping Company (MSC)

Log-In

• Atuar ao longo da cadeia de valor da MSC para promover os investimentos necessários ao alcance da neutralidade de carbono em todas as operações, desenvolver soluções de apoio logístico e focar na eficiência energética. 

•Trabalhar com as partes interessadas para promover o uso de combustíveis alternativos, incluindo a infraestrutura e os sistemas de distribuição necessários.

AP Moller – Maersk

Aliança

Meta de descarbonização para 2030 em conformidade com a estratégia de 1,5º C da Science Based Targets Initiative (SBTi) para obter reduções absolutas de emissões entre 35% e 50% a partir da linha de base de 2020. 

•Meta de atingir a neutralidade de carbono até 2040 em todos os âmbitos e negócios.

Grupo CMA CGM

Mercosul Line

• Em seu relatório de Responsabilidade Social Empresarial de 2022, a empresa afirmou o objetivo de alcançar a neutralidade climática para a Mercosul Line até 2050, tendo pelo menos 10% de combustíveis alternativos em sua matriz energética até 2023 e atingindo 100% de eletricidade renovável em armazéns logísticos até 2025. 

•Buscar iniciativas que incluam usar combustíveis alternativos em navios e projetar embarcações com maior eficiência energética.

Como a frota de cabotagem do Brasil transporta principalmente materiais para a indústria de petróleo e gás, as estratégias para descarbonizar o transporte marítimo nacional exigirão a participação e o apoio desse setor. Uma análise recente mostrou que navios de abastecimento e porta-contêineres são as classes de embarcações responsáveis pela maior parte das emissões na ZEE brasileira.7 Ademais, o envolvimento das empresas que operam no segmento de navios de abastecimento e porta-contêineres será crucial para a implementação de medidas nacionais de descarbonização.

4 Lei nº 14.301, de 7 de janeiro de 2022, https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/lei/l14301.htm.
5 Transpetro, “Transpetro investe em Eficiência Energética e Descarbonização da sua Frota,” news release, 23 ago. 2023, https://transpetro.com.br/transpetro-institucional/noticias/transpetro-investe-em-eficiencia-energetica-e-descarbonizacao-da-sua-frota.htm.
6 Transpetro, Relatório de sustentabilidade 2022, https://sustentabilidade.petrobras.com.br.
7 Francielle Carvalho, Recommendations to Develop a Brazilian Maritime National Action Plan (Washington, DC: International Council on Clean Transportation, 2023), https://theicct.org/publication/recommendation-to-develop-a-brazilian-maritime-national-action-plan-aug23/.

Data sources and methodology

As informações apresentadas nas figuras foram obtidas nos bancos de dados da ANTAQ. Essa agência é responsável por regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária. Duas bases de dados da ANTAQ foram consultadas em abril e maio de 2023: Estatístico Aquaviário e Navegação Marítima – Frota Geral – Analítica.

Os sites das empresas de navegação também foram consultados, mas, quando houve divergência entre as bases de dados da ANTAQ e os relatórios das empresas, priorizaram-se os dados da ANTAQ. Por exemplo, existem diferenças entre os dados da frota de porta-contêineres nas bases da ANTAQ e as informações fornecidas pelas três EBNs em seus websites. Para a frota de carga geral, também identificamos diferenças entre os dados da ANTAQ e os das empresas. A base da ANTAQ contém informações sobre embarcações de carga geral que se misturam com barcaças que podem não estar operando no setor de carga geral. Por exemplo, embora a frota da Tranship esteja incluída na base de dados de carga geral da ANTAQ, a empresa atua mais no setor de petróleo e gás com barcaças de convés aberto.8 Os dados da ANTAQ indicam que as empresas do segmento de carga geral operam com barcaças de convés aberto destinadas ao transporte de cargas especiais e não de carga geral; algumas dessas barcaças estão associadas à indústria de petróleo e gás. O site da Norsul informa que a empresa atua no segmento de carga geral com uma frota de barcaças e rebocadores destinados ao transporte de celulose e produtos siderúrgicos.9 Assim, para assegurar a consistência com os demais segmentos de transporte de cabotagem apresentados nesta análise, todos os dados apresentados nas figuras foram obtidos na base da ANTAQ.

A propriedade das EBNs foi obtida das seguintes fontes:

  • Michele Labrut, “Log-In Logistica Accept MSC Takeover Offer,” Seatrade Maritime News, 23 dez. 2021, https://www.seatrade-maritime.com/ containers/log-logistica-accept-msc-takeover-offer.
  • “Aliança—A Maersk Company,” acesso em jun. 2023, https://www.alianca.com.br/a-alianca.
  • “Especialistas em Cabotagem e Logística,” Mercosul Line, acesso em jun. 2023, https://www.mercosul-line.com.br/.

 

8 “Frota,” Tranship, acesso em abr. 2023, http://www.tstranship.com.br/frota.html

9 “Navegação – Cabotagem e Longo Curso,” Norsul, acesso em jun. 2023, https://www.norsul.com/servicos/navegacao/.

The post Cabotagem no Brasil em 2021 appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
Coastal shipping in Brazil in 2021 https://theicct.org/publication/coastal-shipping-in-brazil-in-2021-mar24/ Wed, 27 Mar 2024 04:01:33 +0000 https://theicct.org/?post_type=publication&p=38897 Highlights the principal commodities transported through cabotage in Brazil and the entities involved in this sector to explore the potential to synchronize decarbonization efforts and facilitate achieving national net-zero emissions.

The post Coastal shipping in Brazil in 2021 appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>

Like many countries, Brazil restricts shipping between domestic ports to domestic entities. Only Brazilian Navigation Companies, Empresas Brasileiras de Navegação (EBNs), can engage in cabotage.1 In mid-2023, Brazil’s National Agency of Waterway Transportation (Agência Nacional de Transportes Aquaviários or ANTAQ) showed 49 companies registered as EBNs that operate ships in cabotage.2 Here we highlight aspects of the market in 2021, when records show there were 185 ships in Brazil’s cabotage fleet; these were mainly barges, line handlers (vessels that unload oil from production and storage facilities to tankers, and from tankers to monobuoys), container ships, and tankers. About 60% of total transportation capacity was associated with the oil and gas industry. For all segments, a few companies owned most of the fleet and operations.

1 Lei No. 9.432, de 8 de janeiro de 1997, https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9432.htm.
2 See details of data sources.

Tonnage from 2011 to 2021

Liquid and gaseous bulk was about 77% of total cabotage tonnage in Brazil between 2011 and 2021, while solid bulk made up about 12% of tonnage, containerized cargo was 7%, and general cargo was 3%. Over this time, the tonnage of liquid and gaseous bulk grew by 53%, solid bulk tonnage grew by 7%, containerized cargo tonnage grew the most, by 230%, and general cargo tonnage grew by 10%.

Liquid and gaseous bulk

Of the liquid and gaseous bulk tonnes transported, 98.6% were mineral fuels, mineral oils, and products of their distillation. The remainder was organic chemicals (0.6%), inorganic chemicals and substances (0.4%), and beverages, liquor, and vinegar (0.2%). Most of this comes from offshore oil extraction platforms in Brazil’s Exclusive Economic Zone (EEZ) and the main destinations are the Southeast Region states of Rio de Janeiro and São Paulo, which are home to major oil refineries.3 Ten EBNs owned ships for transporting liquid and gaseous bulk; Petrobras Transporte S.A.—Transpetro had 68% of the fleet (26 ships) and 93% of the total transport capacity in this segment. Empresa de Navegação Elcano S.A. owned 16% of the fleet (six ships) and 3% of total capacity, while Flumar Transportes de Quimicos e Gases Ltda. had 5% of the fleet (two ships) and 3% of total capacity. Others had less than 1%.

3 Empresa de Pesquisa Energética, Balanço Energético Nacional 2022: Ano Base 2021 [Brazilian Energy Balance 2022: Year 2021] (Rio de Janeiro, 2022), https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-675/topico-638/BEN2022.pdf.

Solid bulk

The cabotage of solid bulk is strongly connected to the mining sector and the main products were ores (91% of total tonnes transported), salt (6%), and solid mineral fuels (1%). Solid bulk transport in cabotage is concentrated in the north of Brazil, and these shipments are mostly bauxite, the third most abundant natural resource in Brazil. Four companies engaged in cabotage of solid bulk. Elcano S.A owned 50% of the fleet (four ships) and had 56% of total transport capacity. Lyra Navegação Marítima owned 25% of the fleet (two ships) and had 10% of the transport capacity. Hidrovias do Brasil owned 13% of the fleet (one ship) and had 23% of total transport capacity, and Norsul owned 13% of the fleet (one ship) and had 10% of the transport capacity. As the transport of bauxite is based on long-term contracts and a dedicated fleet, there is little competition for the EBNs operating in this market.

Containerized cargo

Three EBNs operated in this segment and collaborated to offer multiple services: Aliança Navegação e Logística, Log-In Logística Intermodal, and Mercosul Line. They each had six ships registered. Aliança had 44% of transportation capacity, followed by Log-In (30%), and Mercosul Line (26%). All are subsidiaries of international corporations. Mediterranean Shipping Company (MSC) owns a majority stake in Log-in Logística Intermodal, Aliança is part of AP Moller – Maersk, and Mercosul Line is part of the CMA CGM Group. These EBNs offer feeder operations that transfer foreign cargo for import or export, an important part of cabotage services. Six products represented 51% of total tonnes of cabotage-related container cargo; these and 14 additional products represented 80% of total tonnes. Containerized cargo transport is more distributed throughout Brazil than the other cargo types. Main origin and destination points are in all regions along the coast.

General cargo

Since 2011, general cargo’s share of total cabotage tonnage in Brazil has steadily declined. Two products represent more than 90% of general cargo cabotage: steel products (70%) and cellulose (22%), the primary material for making paper. Forestry products such as wood and charcoal are third most common but represent only 3% of total tonnes transported. Ten ships and two EBNs provided 99% of the transport capacity: Tranship Tranportes Marítimos Ltda. owned five ships and had 24% of transport capacity, while Norsul owned two ships and had 75% of transport capacity. The main origins and destinations of general cargo cabotage are associated with steel products transported from Espírito Santo (Southeast Region) to Santa Catarina (South Region); forest products and cellulose transported from Bahia (Northeast Region) to Espírito Santo (Southeast Region), and steel products from Ceará (Northeast Region) to São Paulo (Southeast Region).

Investing in decarbonization

The BR do Mar program, embodied in Law No. 14.301/2022, updated legislation aimed at increasing the supply and quality of cabotage services in Brazil and promoting the competitiveness of EBNs, especially in the containerized cargo segment.4 Additionally, the company that owns and operates most of the ships operating in cabotage in Brazil, Transpetro, aims to reduce emissions from its ships by 11% and plans to invest BRL 64 million in decarbonization efforts by 2027.5 Among its planned projects, the company lists high-technology hull coatings to prevent fouling by marine organisms (thereby reducing fuel consumption and greenhouse gas emissions), use of advanced algorithms to identify the most efficient routes, optimization of main engine combustion, and use of biofuel blends.6 Furthermore, the major international container shipping companies that control or own companies operating in cabotage in Brazil have published sustainability goals; these goals include decarbonization of their global supply chains. The decarbonization goals published by the companies are included in Table 1.

Table 1. Major international container shipping companies’ decarbonization goals and their Brazilian subsidiaries

International corporation

EBN subsidiary

Decarbonization goals related to international maritime transport

Mediterranean Shipping Company (MSC)

Log-In

Work throughout the MSC value chain to promote the investments needed to be carbon neutral throughout operations, develop logistical support solutions, and focus on energy efficiency.

Work with stakeholders to promote the use of alternative fuels, including the necessary infrastructure and distribution systems.

AP Moller – Maersk

Aliança

Decarbonization target for 2030 compliant with the Science Based Targets Initiative (SBTi) 1.5o C pathway to achieve absolute emissions reductions between 35% and 50% from a 2020 baseline; target of being carbon neutral by 2040 across all scopes and businesses.

CMA CGM Group

Mercosul Line

The 2022 CSR Report said the company aimed to achieve net-zero carbon emissions for Mercosul Line by 2050, including having at least 10% of alternative fuels in its energy matrix by 2023, and reaching 100% renewable electricity in logistics warehouses by 2025.

Pursue initiatives that include the use of alternative fuels in ships and designing ships with greater energy efficiency.

As Brazil’s cabotage fleet primarily transports materials for the oil and gas industry, strategies to decarbonize national maritime transportation will require the participation and support of this sector. Recent analysis showed that supply and container vessels are the ship classes responsible for most of the emissions inside Brazil’s EEZ.7 The engagement of companies operating in the supply and container vessel segments will be crucial for the implementation of national decarbonization measures.

4 Lei No. 14.301, de 7 de janeiro de 2022, https://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/lei/l14301.htm.
5 Transpetro, “Transpetro Investe em Eficiência Energética e Descarbonização da sua Frota” [invests in energy efficiency and decarbonization of its fleet], news release, August 23, 2023, https://transpetro.com.br/transpetro-institucional/noticias/ transpetro-investe-em-eficiencia-energetica-e-descarbonizacao-da-sua-frota.htm.
6 Transpetro, Relatório de Sustentabilidade 2022 [Sustainability report 2022], https://sustentabilidade.petrobras.com.br.
7 Francielle Carvalho, Recommendations to Develop a Brazilian Maritime National Action Plan (Washington, DC: International Council on Clean Transportation, 2023), https://theicct.org/ publication/recommendation-to-develop-a-brazilian-maritime-national-action-plan-aug23/.

Data sources and methodology

The information presented in the figures was obtained from Brazil’s National Agency of Waterway Transportation (ANTAQ) databases. ANTAQ is responsible for regulating, supervising, and monitoring the activities of waterway transport services and port and waterway infrastructure operations. Two ANTAQ databases were consulted in April and May 2023: “Estatístico Aquaviário” [Waterway statistical panel], http://ea.antaq.gov.br/QvAJAXZfc/opendoc. htm?document=painel%5Cantaq%20-%20 anu%C3%A1rio%202014%20-%20v0.9.3.qvw&lang=pt- BR&host=QVS%40graneleiro&anonymous=true and “Navegação Marítima – Frota Geral – Analítica” [Maritime navigation – general fleet – analytics], http://web.antaq.gov.br/Portal/Frota/ ConsultarFrotaGeral.aspx.

Shipping companies’ websites were consulted, but when there were differences between the ANTAQ databases and companies’ reports, data from ANTAQ was prioritized. For example, there are differences between the container ship fleet data in ANTAQ’s databases and the information provided by the three EBNs on their websites. The information presented in this publication was from the ANTAQ database. For the general cargo fleet, we also found differences between ANTAQ data and companies’ websites. The ANTAQ database contains information about general cargo vessels that is mixed with barges that might not be operating in the general cargo sector. For example, although Tranship’s fleet is included in ANTAQ’s general cargo database, the company operates more in the oil and gas sector with open deck barges, according to its website.8

The ANTAQ database indicates that companies in the general cargo segment operate with open deck barges designed to transport special cargo rather than general cargo; some of these barges are associated with the oil and gas industry. Norsul’s website says that it operates in the general cargo segment with a fleet of barges and ocean pusher craft designed to transport cellulose and steel products.9 To be consistent with the other cabotage transport segments presented in this analysis, all data presented in the figures were obtained from ANTAQ database.

The ownership of the EBNs was sourced from the following:

 

8 “Frota” [Fleet], Tranship, accessed April 2023, http://www.tstranship.com.br/frota.html . The ANTAQ database indicates that companies in the general cargo segment operate with open deck barges designed to transport special cargo rather than general cargo; some of these barges are associated with the oil and gas industry. Norsul’s website says that it operates in the general cargo segment with a fleet of barges and ocean pusher craft designed to transport cellulose and steel products.9

9 “Navegação – Cabotagem e Longo Curso” [Navigation – Cabotage and Long Haul], Norsul, accessed April 2023, https://www.norsul.com/servicos/navegacao/.To be consistent with the other cabotage transport segments presented in this analysis, all data presented in the figures were obtained from ANTAQ database.

The post Coastal shipping in Brazil in 2021 appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
Maricruz Fun Sang Cepeda https://theicct.org/team-member/maricruz-fun-sang-cepeda/ Fri, 15 Mar 2024 20:27:10 +0000 https://theicct.org/?post_type=team-member&p=39028 Maricruz, a Ph.D. in Ocean Engineering, brings a unique blend of academic expertise and real-world experience. Her background includes both research and hands-on work as an onboard inspector. Resilient, passionate, and multilingual (Portuguese, English, Spanish, and French), she is a highly approachable expert in her field.

The post Maricruz Fun Sang Cepeda appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
Maricruz, a Ph.D. in Ocean Engineering, brings a unique blend of academic expertise and real-world experience. Her background includes both research and hands-on work as an onboard inspector. Resilient, passionate, and multilingual (Portuguese, English, Spanish, and French), she is a highly approachable expert in her field.

The post Maricruz Fun Sang Cepeda appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
The risks of betting on biofuels with flex-fuel plug-in hybrid cars in Brazil https://theicct.org/risks-of-betting-on-biofuels-flex-fuel-plug-in-hybrid-cars-brazil-jan24/ Tue, 30 Jan 2024 04:01:09 +0000 https://theicct.org/?p=35674 Explores the greenhouse gas emissions risks associated with using flex-fuel plug-in hybrid cars with biofuels in Brazil as an alternative to battery electric vehicles in the context of the country's climate goals.

The post The risks of betting on biofuels with flex-fuel plug-in hybrid cars in Brazil appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>

As the world’s largest vehicle markets move toward electric vehicles to decarbonize road transportation, many legacy automakers support doubling down on existing efforts to use biofuels in Brazil, and they’re focusing on using them in plug-in hybrid electric vehicles (PHEVs) as an alternative to battery electric vehicles (BEVs). Additionally, Brazil’s new vehicle emissions regulation (MOVER) will offer tax discounts (until 2026) exclusive to hybrid vehicles that could be larger than the discounts granted for vehicles that meet energy-efficiency targets. Although such support is sometimes tied to assertions of environmental benefits, research by the ICCT shows that PHEVs have embedded climate risks that could compromise the country’s goal of reaching climate neutrality by 2050.

First, our analysis shows that ethanol-gasoline flex-fuel PHEVs have less greenhouse gas (GHG) emissions mitigation potential than BEVs. The same is true for hybrid electric vehicles that don’t plug in, and for these, life-cycle emissions are estimated to be higher than PHEVs when using the same fuels.

Figure 1 highlights the results from our life-cycle assessment of passenger cars in Brazil. It compares medium-segment internal combustion engine vehicles (ICEVs), PHEVs, and BEVs sold in 2023 (left) and those projected to be sold in 2030 (right). For ICEVs and PHEVs, the three rows represent, from top to bottom, cars operated with (a) 100% gasoline C (E27), (b) the market average of gasoline C (E27) and ethanol, and (c) 100% ethanol (E100). The analysis did not consider flex-fuel PHEVs sold in 2023 because none were available. Emissions from electricity production for BEVs and PHEVs were calculated using the current and projected national grid emissions, including power plant construction and transmission, distribution, and charging losses.

Figure 1. Estimated life-cycle greenhouse gas emissions from medium segment ICEVs, PHEVs, and BEVs in Brazil, for models sold in 2023 and projected to be sold in 2030. The three rows of bars for ICEVs and PHEVs represent, from top to bottom, vehicles operated with (a) 100% gasoline C (E27), (b) the market average sales of gasoline C and ethanol, and (c) 100% ethanol (E100). For BEVs and PHEVs, electricity production emissions correspond to the national grid mix. Source: Mera et al. (2023).

For 2023 models, PHEVs correspond to about 20% fewer emissions than ICEVs when both are operated solely with gasoline C. However, when compared with ICEVs with the average gasoline-ethanol use in Brazil, current PHEVs’ emissions are only 3% lower. ICEVs operating exclusively on ethanol correspond to fewer emissions than gasoline PHEVs over their life cycles. In contrast, current BEVs have estimated life-cycle emissions that are 66% below ICEVs with market average ethanol-gasoline consumption and 65% less than current gasoline PHEVs.

For projected 2030 flex-fuel PHEVs using the market average gasoline-ethanol mix, we estimated the life-cycle emissions to be 17% below ICEVs. The lowest emissions for PHEVs are achieved by combining 100% ethanol with an optimistic electric drive share of 55%; this results in 87g CO2 eq./kmg CO2 eq./km and that is still twice the life-cycle emissions estimated for a corresponding BEV. 

These results alone cast doubts over the climate benefits of flex-fuel PHEVs in Brazil. And there’s more.

ICCT studies regarding the real-world operation of tens of thousands of PHEVs in Europe and the United States showed that average PHEV owners operate less on electric drive than regulators previously assumed. In Europe, for vehicles with a type-approval electric range of 40 km to 75 km, the official type-approval values assumed electric driving shares of 70%–85%. In real-world operation, however, the average electric driving share was found to be only about 45%–49% for private cars and about 11%–15% for company cars. As a result, the real-world fuel consumption of PHEVs was found to be on average three and five times higher for private cars and company cars, respectively, than type-approval values. In the United States, electric drive shares were found to be 26%–56% lower than assumed by the Environmental Protection Agency’s labeling program, and this contributed to the real-world fuel consumption being on average 42%–67% higher. Other studies also identified significant differences between the electric drive shares of PHEVs in real-world situations compared with previous type-approval values, and in 2023, the European Commission reduced and the U.S. Environmental Protection Agency proposed reducing the electric drive share assumed in type-approval toward values to be closer to real-world use. 

Would similar real-world drive shares be expected in Brazil, also? Yes. Figure 2 shows Brazil’s 10 best-selling PHEVs during the first two quarters of 2023 and includes the battery capacity (x-axis) and the electric driving range (y-axis), the latter of which we calculated by considering a reduction of 30% in type-approval values to reflect real-world range. The size of the bubbles corresponds to sales. 

Figure 2. Battery capacity and electric driving range of the 10 best-selling PHEVs in Brazil. Source: ABVE, ten best-selling PHEVs between January and June 2023. 

The mean electric driving range of these vehicles, which are mostly large, luxury SUVs that are imported, is 44 km. That’s similar to the average electric range of PHEVs in Europe and the United States. This range can cover most urban trips, but frequent charging would be necessary and that could favor the use of combustion engines. Indeed, as there are fewer charging points available in Brazil, it’s unlikely that PHEV models sold in Brazil will realize a higher electric driving share than observed in Europe and the United States, at least in the near term.  

Policies could increase the electric driving share of PHEVs, including those that establish maximum fuel tank size and minimum electric ranges, require home charger installation upon purchase, and link tax incentives to real-world use and emissions data. But even still, the choice of fueling a flex-fuel car with gasoline and ethanol determines its emissions. In 2020, hydrous ethanol was 35% (by volume) of the total sales of fuels for otto cycle light-duty vehicles in Brazil. Gasoline C (E27) is a blend of 27% anhydrous ethanol and 73% gasoline. In total, hydrous and anhydrous ethanol was 52% of the national demand, by volume, in 2020 and about one third of it in energy. That means only one-third of the fuel demand from the national passenger car fleet was supplied by hydrous ethanol (E100). More 75% of the national car fleet, and 92% of those sold after 2013, are flex-fuel cars and these could be fueled with ethanol exclusively. Yet, over the past few years, ethanol consumption has stagnated while gasoline sales increased. 

As this all shows, there are limits that flex-fuel PHEVs would impose on Brazil’s climate ambitions. Even the availability of flex-fuel PHEVs is not yet guaranteed, particularly for smaller, less-expensive models. Only a few PHEV models are expected to be produced domestically in the near future and they are luxury SUVs. Government incentives favoring this decarbonization pathway like those announced in the new MOVER program may result in only a small reduction of emissions if PHEVs have a low real-world electric drive share. That could, in turn, require more abrupt action to decarbonize the country’s on-road vehicle fleet over a shorter period, if Brazil is still to meet its climate goals by 2050. Effective public policies for transportation decarbonization differentiate incentives based on real-world emissions, and BEVs have far higher mitigation potential than PHEVs. 

Author

André Cieplinski
Researcher

Related Publications

COMPARISON OF THE LIFE-CYCLE GREENHOUSE GAS EMISSIONS OF COMBUSTION ENGINE AND ELECTRIC PASSENGER CARS IN BRAZIL

Presents a life-cycle assessment (LCA) of the greenhouse gas (GHG) emissions from passenger cars with different power train technologies in Brazil.

Fuels
Brazil

The post The risks of betting on biofuels with flex-fuel plug-in hybrid cars in Brazil appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
Os riscos da aposta em carros híbridos plug-in flex-fuel no Brasil https://theicct.org/riscos-da-aposta-em-carros-hibridos-plug-in-flex-fuel-brasil-jan24/ Tue, 30 Jan 2024 04:01:07 +0000 https://theicct.org/?p=35677 Explora os riscos associados ao uso de carros híbridos plug-in flex com biocombustíveis no Brasil como uma alternativa aos veículos elétricos a bateria (BEVs) no contexto das metas climáticas do país.

The post Os riscos da aposta em carros híbridos plug-in flex-fuel no Brasil appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>

À medida que os maiores mercados de veículos do mundo optam por veículos elétricos para descarbonizar o transporte rodoviário, algumas das maiores montadoras tradicionais do Brasil reforçam suas apostas nos biocombustíveis, com planos de utilizá-los em veículos híbridos plug-in (PHEVs, do inglês plug-in hybrid electric vehicles) como alternativa aos veículos elétricos a bateria (BEVs, do inglês battery electric vehicles). Além disso, o novo programa de regulação de emissões de veículos do Brasil (MOVER) oferecerá descontos fiscais (até 2026) exclusivos para veículos híbridos maiores do que os descontos concedidos para veículos que atingirem as metas de eficiência energética. Embora estes incentivos estejam vinculados a possíveis benefícios ambientais, pesquisas do ICCT mostram que a adoção de PHEVs têm riscos climáticos que poderiam comprometer a meta do país de atingir a neutralidade climática até 2050

Nossa análise mostra que os PHEVs flex têm menor potencial de mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) do que os BEVs. O mesmo vale para veículos elétricos híbridos que não são plug-in (HEVs, do inglês hybrid electric vehicles). Para os HEVs, as emissões estimadas ao longo do ciclo de vida são mais altas do que as dos PHEVs, quando ambos utilizam os mesmos combustíveis. 

A Figura 1 destaca os resultados da nossa avaliação do ciclo de vida em carros de passeio no Brasil. Ela compara veículos de motor de combustão interna do segmento médio (ICEVs, do inglês internal combustion engine vehicles), PHEVs e BEVs vendidos em 2023 (à esquerda) e os veículos projetados para serem vendidos em 2030 (à direita). Para ICEVs e PHEVs, as três fileiras representam, de cima para baixo, carros operados com (a) 100% de gasolina C (E27), (b) a média de mercado de gasolina C (E27) e etanol, e (c) 100% de etanol (E100). A análise não considerou PHEVs flex vendidos em 2023 porque nenhum modelo estava disponível no mercado. As emissões provenientes da produção de eletricidade para BEVs e PHEVs foram calculadas usando as emissões atuais e projetadas da matriz elétrica nacional, incluindo as emissões de construção de usinas de geração elétricas e perdas de transmissão, distribuição e carregamento. 

Figura 1. Emissões estimadas de gases de efeito estufa no ciclo de vida para veículos de segmento médio com motores a combustão interna (ICEVs), veículos híbridos plug-in (PHEVs) e veículos elétricos a bateria (BEVs) no Brasil, para modelos vendidos em 2023 e modelos projetados para serem vendidos em 2030. As três fileiras de barras para ICEVs e PHEVs representam, de cima para baixo, veículos operados com (a) 100% de gasolina C (E27), (b) a média de vendas de gasolina C e etanol, e (c) 100% etanol (E100). Para BEVs e PHEVs, as emissões de produção de eletricidade correspondem a matriz elétrica nacional. Fonte: Mera et al. (2023)

Para os modelos de 2023, as emissões estimadas dos PHEVs são 20% menores do que as emissões dos ICEVs quando ambos utilizam exclusivamente gasolina C. No entanto, quando comparadas aos ICEVs que utilizam a média de mercado de gasolina e etanol no Brasil, as emissões dos PHEVs atuais são apenas 3% menores. ICEVs operando exclusivamente com etanol tem emissões estimadas no ciclo de vida menores do que os PHEVs a gasolina. Em contraste, os BEVs atuais têm estimativas de emissões ao longo do ciclo de vida que são 66% abaixo dos ICEVs com consumo médio de gasolina-etanol no mercado e 65% menos do que os PHEVs atuais a gasolina.

Para os PHEVs flex projetados para 2030, usando a mistura média de mercado de gasolina e etanol, as emissões estimadas no ciclo de vida são 17% menores, em comparação com ICEVs. As emissões dos PHEVs que utilizam 100% etanol, assumindo uma parcela de condução no modo elétrico otimista de 55%; são estimadas em 87 gCO2eq/km. Este valor corresponde ao dobro das emissões estimadas no ciclo de vida de um BEV do mesmo segmento.

Esses resultados põem em xeque os benefícios climáticos dos PHEVs flex no Brasil. E tem mais.

Estudos do ICCT sobre o uso real de dezenas de milhares de PHEVs na Europa e nos Estados Unidos mostraram que, em média, os proprietários de PHEVs utilizaram o modo de condução elétricas menos do que os reguladores assumiam. Na Europa, para veículos com uma autonomia elétrica de 40 km a 75 km, os valores aprovados oficialmente assumiam parcela de condução elétrica de 70% a 85%. Na operação real, no entanto, a parcela média de condução elétrica medida foi de 45% a 49% para carros particulares e cerca de 11% a 15% para carros de empresa. Portanto, o consumo real de combustível dos PHEVs foi em média três a cinco vezes maior para carros particulares e carros de empresa, respectivamente, do que os valores oficiais. Nos Estados Unidos, a parcela verificada de condução elétrica foi de 26% a 56% menor do que o assumido pelo programa de etiquetagem da Agência de Proteção Ambiental, contribuindo para um consumo real de combustível, em média, de 42% a 67% maior. Outros estudos também identificaram diferenças significativas entre a parcela de condução elétrica de PHEVs em situações reais em comparação com testes. Isso levou, em 2023, a Comissão Europeia a reduzir e a Agência de Proteção Ambiental dos EUA propor a redução da parcela assumida de condução elétrica, aproximando os valores de etiquetagem do uso real.

Pode-se esperar resultados semelhantes no uso real de PHEVs no Brasil? Sim. A Figura 2 mostra os 10 PHEVs mais vendidos no Brasil durante o primeiro semestre de 2023 e inclui a capacidade da bateria (eixo x) e a autonomia elétrica (eixo y), sendo esta última calculada considerando uma redução de 30% nos valores de testes para refletir a autonomia real. O tamanho das bolhas corresponde às vendas.

Figura 2. Capacidade da bateria e autonomia elétrica dos 10 PHEVs mais vendidos no primeiro semestre de 2023 no Brasil. Fonte: ABVE, dez PHEVs mais vendidos entre janeiro e junho de 2023. 

A autonomia média desses veículos, em sua maioria SUVs grandes importados, é de 44 km. Esse valor é semelhante à autonomia média dos PHEVs na Europa e nos Estados Unidos. Essa autonomia é suficiente para a maioria das viagens urbanas, mas seriam necessárias recargas frequentes, o que poderia favorecer o uso de motores a combustão. De fato, como há menos pontos de carregamento no Brasil, é improvável que os PHEVs vendidos nacionalmente alcancem uma parcela de condução elétrica maior do que a observada na Europa e nos Estados Unidos, ao menos no curto prazo. 

Algumas políticas poderiam aumentar a parcela de condução elétrica dos PHEVs, como estabelecer um tamanho máximo dos tanques de combustível e uma autonomia elétrica mínima, exigir o fornecimento e instalação de carregadores domésticos na compra de veículos PHEVs e vincular incentivos fiscais ao consumo real de combustível e emissões. Mas mesmo assim, a escolha de abastecer um carro flex com gasolina ou etanol determina suas emissões. Em 2020, o etanol hidratado (E100) representou 35% (em volume) das vendas totais de combustíveis para veículos leves de ciclo Otto no Brasil. No total, o etanol hidratado e anidro representaram 52% da demanda nacional, em volume, em 2020 e cerca de um terço dela em energia. A gasolina C (E27), uma mistura de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina. Isso significa que apenas um terço da demanda de combustível da frota nacional de carros de passeio foi suprida pelo etanol hidratado (E100). Mais de 75% da frota nacional de carros e 92% daqueles vendidos após 2013 são carros flex e poderiam ser abastecidos exclusivamente com etanol. No entanto, nos últimos anos, o consumo de etanol estagnou enquanto as vendas de gasolina aumentaram. 

Como tudo isso mostra, os PHEVs flex impõe limites às ambições climáticas do Brasil. Mesmo a disponibilidade de PHEVs flex ainda não está garantida, especialmente para modelos menores e mais baratos. Espera-se que apenas alguns modelos de PHEVs sejam produzidos domesticamente nos próximos anos e estes são SUVs de luxo. Incentivos governamentais favorecendo PHEVs flex para a descarbonização do transporte, como os anunciados no novo programa MOVER, podem resultar em limitadas reduções de emissões se os PHEVs tiverem uma baixa parcela real de condução elétrica. Isso poderia, por sua vez, exigir ações mais abruptas para descarbonizar a frota de veículos do país em um período mais curto no futuro para atingir as metas climáticas anunciadas para 2050. Políticas públicas eficazes para a descarbonização do transporte devem diferenciar incentivos com base em emissões reais, e os dados apontam um potencial de mitigação muito maior em BEVs do que os PHEVs. 

Author

André Cieplinski
Researcher

Related Publications

COMPARAÇÃO DAS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA NO CICLO DE VIDA DE CARROS DE PASSEIO A COMBUSTÃO E ELÉTRICOS NO BRASIL

Apresenta uma avaliação do ciclo de vida (ACV) das emissões de gases de efeito estufa (GEE) de carros de passageiros com diferentes tecnologias de trens de força no Brasil.

Fuels
Brazil

The post Os riscos da aposta em carros híbridos plug-in flex-fuel no Brasil appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
Webinário Recomendações para Desenvolver um Plano de Ação Nacional Marítimo Brasileiro https://theicct.org/publication/webinario-recomendacoes-para-desenvolver-um-plano-de-acao-nacional-maritimo-brasileiro-oct23/ Wed, 18 Oct 2023 04:01:18 +0000 https://theicct.org/?post_type=publication&p=28885 Destaques de um webinar que estimulou discussões entre stakeholders nacionais e forneceu recomendações preliminares para um plano de ação brasileiro de descarbonização do transporte marítimo.

The post Webinário Recomendações para Desenvolver um Plano de Ação Nacional Marítimo Brasileiro appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>
Políticas relevantes e oportunas a nível nacional são cruciais para promover a descarbonização do transporte marítimo. Em particular, Planos de Ação Nacionais (NAPs) são ferramentas valiosas para lidar com as emissões de gases de efeito estufa do setor marítimo no planejamento estratégico de políticas, pois oferecem uma abordagem estruturada para alcançar seus objetivos. Para auxiliar o Brasil na elaboração de um NAP para a descarbonização das atividades marítimas, este relatório resume o webinar de agosto de 2022, “Recomendações para desenvolver um Plano de Ação Nacional Marítimo Brasileiro”, organizado pelo Instituto Clima e Sociedade. 

Entre os destaques, NAPs bem-sucedidos devem incluir especialistas diversos em seu desenvolvimento, serem projetados para se adequarem às prioridades locais e regionais, identificando claramente funções, responsabilidades e prazos, ao mesmo tempo que incluam planos de monitoramento e avaliação. O perfil comercial do país e sua frota relativamente jovem (cerca de 15 anos), torna vantajoso priorizar medidas de descarbonização técnicas e operacionais e o uso de combustíveis alternativos “drop-in”, pois essas medidas não requerem mudanças significativas nos sistemas de propulsão e abastecimento das embarcações. Além disso, o Brasil poderia prestar atenção especial pode ser direcionada ao setor de óleo e gás e à descarbonização das embarcações de apoio, que operam apenas em transporte de curta distância e são responsáveis por 37% das emissões de transporte na Zona Econômica Exclusiva. 

The post Webinário Recomendações para Desenvolver um Plano de Ação Nacional Marítimo Brasileiro appeared first on International Council on Clean Transportation.

]]>